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Estrelas

O dom das trevas luta com a luz diagonal O som das quedas Deixa o mundo horizontal E com as merdas No muro o quintal Com as cebolas das maçãs Descascadas na horizontal Caindo desgraçadas Na escada diagonal das estrelas descendo ao inferno de sal nas noites morrendo no mundo do mal De candeias ardendo Erguidas normal Contra a noite abismal As estrelas foram candeias concedidas pelas entidades celestes para que nos guiássemos na noite eterna. Com poderosas são essas centelhas que ardem na distância alumiando tudo o que de irrelevante se passa neste pequeno e miserável planeta prestes a ceder à sua população subitamente alucinada por alguma droga que anda a circular. As estrelas são os fachos da iluminência com os seus implacáveis raios iluminando o Novo Mundo de diques com água escorrendo para as planícies verdejantes e sustentáveis. A opinião começa a circular e é demasiado boa. Essas luzes convertem em poder o tempo e dão nova vida às saudades indecifráveis de um podero

Não Gosto (101)

Acho tremendamente injusto que o treinador adjunto da Croácia, Ognjen Vukojević, tenha sido despedido e recambiado para casa, enquanto o futebolista Domagoj Vida não só tenha continuado com a equipa como tenha jogado a meia-final do Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia. Toda a gente que viu o Croácia-Inglaterra na meia final da competição notou que sempre que a bola ia parar aos pés do central croata se ouvia um coro de assobios. Na transmissão que acompanhei, na RTP 1, canal público português, os comentadores, talvez politicamente inconscientes, disseram que esses assobios provinham dos adeptos ingleses, que, supostamente, pretenderiam desmotivar os jogadores croatas de forma geral. Estes comentadores amadores nem sequer notaram que os assobios se dirigiam especificamente a Domagoj Vida - grande parte do comentário desportivo em Portugal é feito por tipos que não são capazes de interpretar uma imagem, quanto mais uma imagem fundida com som…mas isso são contas de outro rosár

Os Diários Cambiantes de Zenit (Golo de Ronaldo, vídeo Pedro Guerra)

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (3 de Abril de 2018) Eu hoje vi um homem a voar. Não é certo que ele seja um homem, por isso não me chamem logo mentiroso. É possível que ele seja um Deus. É certamente um dos Deuses do futebol e o seu espantoso voo num pontapé de bicicleta formidável consagram-no definitivamente como um dos maiores jogadores da história, senão o melhor. No jogo de hoje dos quartos de final da Liga dos Campeões, Juventus x Real Madrid, Cristiano Ronaldo marcou um golo soberbo, assombroso, admirável, excelso, excelente, estupendo, magnífico, genial, mágico, lindo, único, extraordinário e por aí fora, todos os adjectivos são poucos e eles nem sequer foram capazes de sair da minha boca espantada no momento em que a bola bateu nas redes, pois nesse momento eu não fui capaz de mais que múltiplos murmúrios embasbacados de pura descrença. Eu não era capaz de acreditar naquilo que tinha acabado de acontecer, uma obra-prima absoluta da arte do futebol e tive d

Carta Aberta para o Jornal Público a propósito de artigo pejado de mentiras de Jorge Almeida Fernandes

Carta aberta ao Jornal Público, na sequência do inacreditável artigo "Espanha: a Judicialização da política" de Jorge Almeida Fernandes. Clique para o texto mentiroso de Jorge Almeida Fernandes Escrevo-vos com muita preocupação e ainda absolutamente chocado pelo artigo "Espanha: a Judicialização da política" de Jorge Almeida Fernandes. Se a diversidade de opiniões deve ser incentivada e é algo fundamental para que se viva numa democracia, o libertinismo de opinião parece-me uma coisa grotesca e inaceitável. A forma como JAF altera a verdade e mente descaradamente em pelo menos três pontos do seu artigo é algo que eu não posso tolerar e as evidências da sua mentira são tão claras que me apetece ir gritar para a rua ou esfregar-lhe as verdades na cara. Os três pontos em que a sua mentira torna proporções dramáticas são: - "Foi a mesma CUP, graças à sua minúscula mas indispensável bancada parlamentar, que sempre forçou a mão aos partidos nacionalistas e ao

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (Gritaria da Velha Roubada)

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Gritaria da Velha Roubada, Zenit Saphyr Há dois ou três meses gravei uma velha aos gritos na Graça em Lisboa. Ouvi-a a gritar ao longe e preparei o meu telemóvel para gravar o que ela dizia. Encontrei-a numa rua estreita por um mero acaso e em circunstâncias bastante curiosas, enquanto subia a colina em direcção à casa de uns amigos. Estive até às seis da manhã nas discotecas e depois saí com uma mulher, estive com ela até às 8 da manhã, depois ela foi-se embora e eu fui para o Adamastor para ver o amanhecer tranquilamente e fumar um baseado com a tristeza daquele amor derrotado. Estavam lá uns alemães que me deram MDMA e eu fiquei muito vivo, cheio de energia, desejoso de conversar. Estive com eles até às 9. Eram uns graffiters que tinham passado a noite a encher as paredes das ruas de Lisboa com desenhos dos nomes estilizados de bandas de hip-hop de Frankfurt, de onde eram. Mostraram-me as suas técnicas e cantaram-me alguns poemas germânicos. Gostei de os ouvir. Com os olhos