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A mostrar mensagens de março, 2016

Não Gosto (44) P

Não gosto nada de bebedouros público sem água. Eu sou uma pessoa que bebe muita água, consumo cerca de 10/12 litros de água por dia, a sede ataca-me muitas vezes, ocasionalmente de forma insuportável. Nessas alturas cambaleio-me sequioso por avenidas cheias de gente que passa por mim com as suas garrafas cheias dos mais diferentes e satisfatórios líquidos que eu poderia beber, mas tenho vergonha de pedir, naturalmente. Encontrar um bebedouro seco é como matar esperança. Eu vejo um bebedouro ao longe, aproximo-me, confiante de que a minha sede vai ser saciada, pressiono o manípulo e não sai água nenhuma. É horrível. Se eu fosse o presidente da câmara de um município, certificar-me-ia que nenhum dos bebedouros da cidade ficasse sem água, nem que para isso tivesse de enfiar pelas canalizações do dito bebedouro milhares de litros de água engarrafada.

Gosto (58) P

Gosto de libertar as folhas que escrevo à mão, soltando-as à toa para a escuridão. Isto quer dizer que gosto de espalhar os meus escritos aleatoriamente pelo mundo. Como já disse, dá-me um enorme prazer escrever à mão, acho que só assim consigo expressar verdadeiramente o meu sentimento. O resultado desse acto criativo são folhas que, do meu ponto de vista, valem vários milhares de euros, ainda que sejam vulgares folhas A4 brancas, com ou sem linhas (algumas até quadriculadas), pois estão povoadas de gloriosos pensamentos, bonitos desenhos e ideias aparentemente simples, que, na verdade, abrem milhares de portas. Quem ler uma das folhas que eu escrevo à mão tem uma parte significativa da verdade do mundo escancarada diante dos seus olhos. Um amigo meu a que eu ofereci 20 das minhas folhas de prenda de aniversário, disse-me, que, em cada uma delas, encontrou ideias que chegariam para preencher uma inteira e complexa vida de trabalho, tão profundas e disruptivas eram as mensagens nelas e

Não Gosto (43) P

Não gosto de pessoas que dizem que o frio é psicológico. É de uma estupidez sem limites. Então porque raio existem as escalas Celsius e Fahrenheit? Para decorar com mais números confusos o mundo? As pessoas que dizem que o frio é psicológico deviam ser fechadas dentro de um frigorífico.

Gosto (57) P

Gosto de tirar fotografias nas linhas de caminho de ferro, principalmente se se estiver a aproximar um comboio e a imagem dele a vir em direção a mim, o eu fotógrafo, poder transmitir uma ideia de suicídio. Sinto uma intensa sensação de estar vivo sempre que enfrento a morte, que neste caso se acerca de mim na forma de um furioso monstro metálico a alta velocidade. Sempre que os maquinistas apitam, ao ver-me como um louco na linha em que circulam, apodera-se do meu coração um quase medo que o comprime. A adrenalina está em altas, o meu cérebro acelerado, tiro uma última foto e, salto da linha 10, 20 segundos antes da passagem do comboio pelo sítio onde estou. Sou corajoso, mas não sou maluco, não consigo aguentar-me lá até ao fim. A força do vento, que a passagem do comboio provoca, arrasta-me um pouco, apesar de eu estar deitado, como se me sugasse em direcção ao comboio e eu fico a pensar no pobre maquinista, quase assassino involuntário, no que ele achará da minha atitude e se me od

Gosto (56) P

Quando estou em Berlim, ou noutras cidades alemãs de grande importância, gosto de perguntar aos porcos germânicos, como um mero turista perdido que procura direcções, onde se encontra a estátua de Adolf Hitler. Eu sou um grande actor, pelo que sou capaz de colocar a questão sem me desmanchar a rir, mantendo um ar sério, que mistura genuíno interesse com ingenuidade (uma pitada de ingenuidade é muito importante para que os porcos alemães achem que eu acredito que se encontra mesmo uma estátua de Hitler nas redondezas). Procuro mesmo aqueles alemães que me parecem mais chauvinistas e imbecis, o que não é nada difícil na Alemanha, onde eles existem na proporção de 98 para 100. Para que a pergunta não lhes chegue aos ouvidos como um tremendo choque e um insulto de um estrangeiro, coloco-a, normalmente, em alemão:  Wo ist die Hitler statue? Quando me parece estar na presença de um completo energúmeno coloco a pergunta em inglês e refiro-me ao Monumento de Homenagem a Adolf Hitler .

Não Gosto (42) P

Não gosto de establecimentos que põem a água do lavatório da casa de banho quente para que os seus utentes consumam mais bebidas no bar, uma vez que não conseguem molhar a boca na casa de banho e não se podem refrescar. Não me parece que seja preciso dar grandes explicações para detestar isto. Às vezes vou a bares só para beber água e queimo-me em malditas torneiras (já falei sobre quanto detesto beber água que não esteja fresca). É um acto fascista, os donos dos bares não se preocuparem com o bem-estar dos seus clientes e preferirem facturar mais dinheiro deste jeito opressor.

Budapest

In Budapest, a time to rest Hot vapour in the cold air Joyful people from everywhere And we played chess there It was very nice, It seemed like paradise Later on, we pulled the string With our bikes we cut the wind We could hear the Danube sing It was really nice Oh honey, it was paradise

Não Gosto (40) (P)

Não gosto de pessoas que ficam paradas nas escadas rolantes e odeio profundamente pessoas que ficam aos pares , impedindo a passagem de quem quer que seja, conversando estupidamente ou simplesmente olhando uma para a outra com a idiotice do vazio no olhar. É um enorme desrespeito não deixar passar as pessoas, mas o simples facto de ficarem paradas é bastante imbecil. Então só porque as escadas andam isso quer dizer que nós não podemos andar com elas? Mexam-se energúmenos! Há vida lá em cima ou lá em baixo. Apressem-se para a ver, ou pelo menos deixem passar quem quer ir vivê-la fora deste espaço angustiante.

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (5 de Março de 2016)

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Passeava por Budapeste na Margit Híd (Ponte Margit), perseguindo uma mendiga que me parecia ter uma fabulosa cara para fotografar, quando decidi dirigir-me para o Parlamento, para apreciar a sua estrondosa arquitectura. Achava que esta fotografia da mendiga era suficientemente boa para a memorizar para sempre. Comecei a andar na direcção do Parlamento, mas não consegui evitar olhar para ela uma última vez. Voltei-me com a expectativa de finalmente compreender o mistério, a razão por que as mendigas e os mendigos me interessam tanto. Exactamente no momento em que olhei, ela fez uma coisa que chocou todas as pessoas que passavam naquela rua: baixou as calças e começou a urinar no meio de toda a gente. Voltei para perto dela e tirei esta fotografia, em que acaba por não se perceber o que está a acontecer, mas não fui capaz de me aproximar mais. Talvez seja uma pessoa demasiado tímida para fotografar mendigas a urinar na rua, talvez me falte a rudeza e a dureza de carácter qu