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A mostrar mensagens de dezembro, 2015

Corazón Delator (Soda Stéreo)

Um chamariz Há algo oculto em cada sensação Ela parece suspeitar Parece descubrir Na minha debilidade Os vestígios de uma fogueira Oh, o meu coração torna-se delator Traindo-me por descuido Fui vítima de tudo alguma vez Ela não pode perceber Já nada pode impedir na minha fragilidade É o curso das coisas Todo o meu coração se torna delator Abrem-se as minhas algemas Uma leve chicotada uma premonição Evocam chagas nas mãos Uma doce palpitação Uma chave íntima Vão caindo dos meus lábios Um sinal Há algo oculto em cada sensação Ela parece suspeitar Parece descubrir Em mim Que aquele amor é como um Oceano de Fogo Oh, o meu coração torna-se delator A febre voltará Uma leve chicotada uma premonição Evocam chagas nas mãos Uma doce palpitação Uma chave íntima Vão caindo dos meus lábios Como um mantra Dos meus lábios Dos meus lábios Petrogul Al-Saphyria

Cuando Pase el Temblor (Soda Stéreo)

Quando acabarem os espasmos Eu, caminharei entre as pedras Até sentir a convulsão Nas minhas pernas Às vezes tenho medo Eu sei-o Outras vezes vergonha Estou sentado numa cratera deserta Continuo a aguardar a convulsão No meu corpo Ninguém me viu partir Eu sei-o Ninguém me espera Há um buraco no meu coração Um planeta com desilusão Sei que te encontrarei nessas ruínas Já não vamos ter de falar Da convulsão Beijar-te-ei no tremor Eu sei-o Será um bom momento Há um buraco no meu coração Um planeta com desilusão Acorda-me quando acabar a convulsão Acorda-me, acorda-me Petrogul Al-Saphyria

Gosto (50)

Gosto muito da Praza do Obradoiro em Santiago de Compostela na Galiza. A mítica Catedral, que com uma imponência arrebatadora domina a Praça elevando-se até nuvens de sonho, guarda os restos mortais do Apóstolo Santiago, amigo de Cristo, e, por isso, é o destino de milhares de peregrinos que percorrem um mágico caminho até a encontrar, linda, gigante e orgulhosa no centro de Santiago. Quando me sentei numa manhã de Verão a ver chegar os peregrinos triunfantes só me consegui levantar numa tarde atordoada, inebriado daquele perfume de felicidade dos caminhantes. No meio daqueles diletantes eu já não sabia qual deles era, olhava para todos e mudava de lugar, era todos os sítios e todas as chegadas e todas as esperanças. Por volta das 19:00 da tarde as nossas sombras tombam gigantes em direcção à Catedral enquanto o Sol se põe no Horizonte que rejeitámos, pois só olhamos para a catedral e para a sombra dos nossos corpos fatigados. Um copo de vinho pela Irmandade que sempre há na Praça. Tod

Balada del Diablo y La Muerte (La Renga)

Balada del Diablo y la Muerte Estaba el diablo mal parado en la esquina de mi barrio ahí donde dobla el viento y se cruzan los atajos, al lado de él estaba la muerte con una botella en la mano; me miraban de reojo y se reían por lo bajo y yo que esperaba no sé a quién, al otro lado de la calle del otoño, una noche de bufanda que me encontro desvelado entre dientes oí a la muerte que decia así: -"cuántas veces se habrá escapado como laucha por tirante, y esta noche que no cuesta nada nisiquiera fatigarme podemos llevarnos un cordero con sólo cruzar la calle". yo me escondí tras la niebla y miré al infinito a ver si llegaba ese que nunca iba a venir, estaba el diablo mal parado en la esquina de mi barrio al lado de él estaba la muerte con una botella en la mano. Y temblando como una hoja me crucé para encararlos y les dije me parece que esta vez me dejaron bien plantado, les pedí fuego y del bolsillo saqué una rama pá convidarlos y bajo un árbol del otoño

La Renga (Triste Canción de Amor)

Triste Canción de Amor Ella existió solo en un sueño y él es el poema que el poeta nunca escribió. Y en la eternidad los dos unieron sus almas para darle vida a esta triste canción de amor. Él es como el mar y ella como la luna y en las noches de luna llena hacen el amor. Y en la eternidad los dos unieron sus almas para darle vida a esta triste canción de amor. Él es como un dios y ella como una virgen y los dioses les enseñaron a pecar. Y en la eternidad los dos unieron sus almas para darle vida a esta triste canción de amor Triste Canção de Amor Ela existiu só num sonho E ele é o poema que o poeta nunca cantou E na eternidade os dois uniram as suas almas Para dar vida a esta triste canção de amor Ele é como o mar e ela como uma lua E nas noites de lua cheia fazem amor E na eternidade os dois uniram as suas almas Para dar vida a esta triste canção de amor Ele é como um Deus e ela como uma virgen E os Deuses ensinaram-nos a pecar E na eternidade os do

Não Gosto (39)

O Jorge Luis Borges é o escritor mais sobrevalorizado da história e os seus poemas parecem escritos por um atrasado mental a brincar no Jardim Escola das Palavras. É simplesmente terrível, odeio o Jorge Luis Borges e quase tudo o que o rodeia, incluindo o facto de ele ser um pedante, que passou ao lado de uma grande carreira de crítico de literatura (ele escreveu textos ensaísticos, mas se se tivesse dedicado unicamente a eles teria feito melhor). Eu não tenho este ódio ao Borges só pelo facto de ele me ter batido, ele é de facto um mau escritor. Claro que para além de ser um mau escritor ele era uma má pessoa. Eu sei-o porque ele se comportou de forma muito pouco humana comigo... Quando eu tinha 11 ou 12 anos trabalhava em Buenos Aires, na distribuição de jornais, enquanto a minha mãe trabalhava num triste café de uma zona pobre da cidade. Eu era um ardina e distribuía o jornal "El Litoral", que custava, ainda me recordo, 30 centavos. Certo dia, nada mais nada menos que o Bo

Comiseração (55) (P)

Do meu ímpeto vazio espalham-se inadequados quadros, que, dependendo de onde são mirados, criam vultos irados, das minhas múltiplas sombras multiplicados, entes transparentes que habitam o cérebro doente e o povoam com opiniões contraditórias, milhões de trajectórias para um corpo se despenhar como um meteoro de desilusão no dia em que se lhe afigurar a Razão. Nadir Veld

Como cometer suicídio (Capítulo 1 - Armas de Fogo)

Como cometer suicídio (Capítulo I - armas de fogo): Quando o suicida possui uma pistola e quer morrer disparando sobre si próprio porque não tem vergonha de destruir a própria cabeça, nem nojo futuro pelos outros que o encontrarão, deve pegar com segurança no cabo da pistola (se se sentir a suar ou a tremer, o suicida deve aguardar um pouco até estar mais seguro), soltar o cão, para desencravar a arma, apontar o cano da pistola contra a parte lateral da própria cabeça, enterrando-a através do cabelo sem medos e depois deve pressionar o gatilho. Em princípio, tudo estará desligado depois do gatilho ser premido.

Como cometer suicídio (Introdução):

O indivíduo que pretende acabar com a própria vida tem à sua disposição um vasto leque de hipóteses por onde escolher. O mundo moderno proporciona ao homem muitas formas de acabar com a própria vida, tantas, que por vezes elas estão mesmo debaixo do nosso nariz e nem damos por elas. O objectivo deste livro é compilar as formas de suicídio, umas mais quotidianas e ao alcance de todos, e outras mais complexas e difíceis de concretizar.

Assim se Cumpre em Mim a Lei de Talião (Parte 72)

Assim se Cumpre em Mim a Lei de Talião (Parte 72) Caído de repente numa clareira, espaço vago, sem árvores, onde vou acordando, piscando os olhos, procurando ver onde estou, a visão doce sentido, tanto tempo depois...tenho os olhos livres para contemplar a Natureza, ah...toda esta floresta para os meus olhos percorrerem, glorioso dia este em que acordo....ah, num caminho tranquilo entre as árvores e avanço pelo sossego do meu espírito, não quero sentar-me pois temo que algo de mau aconteça se o fizer, por isso aguento e avanço, mas depois fiquei demasiado comovido pela calma pelo que me deitei e tentei adormecer, mas depois levantei-me porque estava acordado e eu sei o que adormecer significa neste mundo. Adormecer significa perder a realidade, deixá-la escapar por baixo dos nossos pés e depois, perde-se tudo e é assim, não devemos parar para dormir. Pelo menos era o que eu achava, mas nesta realidade tudo está mal de qualquer forma. Foi por isso que começaram a aparecer as vespas. E

Gosto (49)

Gosto daquilo a que chamo o som do fezaiar , que consiste no som de fogo a ser bruscamente apagado em água e faz aquele fzzzzzzzz  glorioso. É, de longe, o meu som preferido. Num dia muito triste cheguei a estar meia hora a lançar fósforos de forma muito reflexiva numa poça de água criada pela chuva enquanto a contemplava com um olhar vazio. Numa outra ocasião estive melancolicamente a aspergir água para a lareira de minha casa, só para me deleitar com aquele som maravilhoso (a brasa ganha força pouco depois de levar com a água, pelo que dá para fazer isso durante muito tempo).

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (12 de Dezembro de 2015)

Hoje acordei assombrado por esta ideia de que já todos estamos mortos. Todas as pessoas com que sonhamos, com que vivemos, com que nos divertimos são futuros cadáveres que inevitavelmente desaguaram, desaguam e desaguarão sempre no Grande Lago dos Mortos. A altura em que isso acontece é só um pormenor. Um pequeno pormenor dependente do Tempo, esse fenómeno que estende as suas asas imensas entre as eternidades, mas pode ser controlável como Unidade que é. Se olharmos para o tempo como uma Unidade podemos facilmente avançar e recuar na sua linha, que traçou, traça e traçará deleitosos destinos na História, fazendo nascer comoventes narrativas com que nos preparamos para criar as nossas. Se vogarmos livremente pelo tempo não teremos dificuldade em encontrar os momentos anteriores à nossa existência, podemos ver o momento em que nascemos, toda a nossa vida até à nossa morte, ver como ela é estupidamente insignificante no Eterno e depois contemplá-Lo até aos tempos infinitos, bem para lá do

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (5 de Dezembro de 2015)

(Estou roto de morto, cansado e meio torto) Há muitos anos que não encontrava uma frase tão perturbadora como esta perdida entre os meus escritos. Estava numa folha branca em letras maiúsculas alucinadas. Deve ter sido escrito num devaneio final dos meus três dias sem dormir...Apesar de ter estado três dias acordado tive dificuldade em adormecer. Tenho muitos espíritos para acalmar na hora de me sossegar, mas mesmo assim são das almas mais calmas do mundo. Um inútil. Eu não tenho nada a ver com explosões.

Três linhas enfiastadas

Ele viu a verdade concreta e Entre sonhos e lágrimas concerta Lenta corrida em direcção à morte certa Há sempre uma entidade secreta Que na vaga escuridão concerta Lenta corrida em direcção à morte certa Sebastião morreu na guerra é certo Mas ainda deixa tudo em aberto Para um português que não é esperto Ele já tinha a ferida aberta ... Lenta corrida em direcção à morte certa

Acédia

Quatro livros ao meu redor Uma lua a virar sol A minha vida no lençol Presa e indefinida No turbilhão do girassol Concêntrico grito solitário Espalhado na espiral Couraça da força mole e pegajosa Que escondida na escuridão concerta Lenta corrida em direcção à morte certa

Não Gosto (38)

Não gosto de ter sujidade encravada na unha, porque quando tenho, tento tirá-la com as outras unhas impolutas e sujo também as unhas que estavam limpas entranhando nelas pelos negros que sobressaem na brancura da ponta do dedo. Então começo a tentar tirar a sujidade da unha que acabei de sujar e volto a sujar o dedo que acabei de limpar, entranhando outra unha e reparo que as minhas mãos se transformaram em duas retro escavadoras idiotas incapazes de resolver uma situação bastante simples. Sentimo-nos estúpidos e inúteis mais uma vez. E é assim...

Comiseração (53) (P)

Esta acédia Que me assedia Mais forte de dia para dia Nadir Veld

Introdução do Ilustre Doutor Zenitus Dohktori-rya + Comiseração (52) (P)

DEFORÍZIA Reflexão sobre o olhar externo Uma doença do foro espiritual descoberta pelo Eminente Zenitus Dohktori-rya e nomeada deforízia, caracterizada por visões do próprio corpo a partir de um ponto de vista exterior, como se o mundo fosse um espelho em que as sombras adquirem deformações impressionantes e apenas retransmitem o caos ao indíviduo, o caos de se rever de perspectivas absurdas e imprevisíveis. A imagem de si, muitas vezes projectada de forma a se auto-denegrirem, persegue-os. É como se vissem sempre o negativo da vida, tão congelados que estão num quotidiano que não tem felicidades nenhumas...Como a vida é infértil para alguns pobres coitados...O Nadir Veld sofre de deforízia ...e também por isso ficou maluquinho... Comiseração (52) Quantas vezes não dei por mim já fora de mim a observar os meus gestos patéticos e a ver! A ver como é possível proceder assim e não como num filme romântico em que toda a hora é a hora de triunfar esteticamente na batalha contra

Comiseração (51) (P)

Oh, Meu Deus, os lençóis da minha cama estão a tentar matar-me e, ainda por cima, estão a variar os métodos para a concretização dos seus diabólicos planos. Hoje os lençóis enrodilharam-se todos, porque já não faço a cama há muito tempo e começaram a prender as minhas pernas como se fossem os tentáculos gigantes de um polvo para me aprisionar e eu, não conseguindo sair, tive de desatar-me com as mãos durante dez minutos. Os meus pés estavam presosoutro dia estavam de tal forma quentes e confortáveis que eu não consegui sair da cama, pelo que fiquei deitado 5 horas para lá das horas da minha obrigação! Oh meu deus os lençóis da minha cama querem matar-me! Hoje escaparam-se e acordei na tristeza fria de uma lágrima de um daqueles sonhos que queremos que tenham sido reais e encaixamos num espaço bonito do nosso passado, mesmo perfeito, e nos convencemos momentaneamente que aquele momento cristalizado pelo subconsciente alucinado é a realidade pura, até que a manhã lava essa miragem e acor

Esquizo (projecto inacabado)

Dá-me uma doença com um nome Uma doce pérola Um caminho para já, mesmo que ele dê em mil caminhos Que são só destinos paralelos dados pelo tempo indefinido (Será mesmo que já passou?) Terão sido isto as horas? É assim que te chamam? Sem saberem o teu nome? Esqui, Esque, Esquece, esquizo, esquizozo, Esquizofrântico... Velai-me esta noite A candeia está acesa Com fogo de certeza Amigos, dai-me a esperteza De evitar um novo açoite De me perder nesta noite Me desmanchar nesta noite Todo o ritmo é uma nota para a noite E toda a noite nada no ritmo das estrelas Cruzando os rios à luz de imaginárias velas Dos anjos que me acompanham Esqui, Esque, Esquece, esquizo, esquizozo, Esquizofrântico... Petrogul Al-Saphyria