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A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

Gravidade (Nadir Veld, 2014)

Isto foi o que escrevi na altura em que lancei o filme que não me recordo de ter feito. " Execrável peça de merda congeminada pelo infame cobarde Nadir Veld, que não morre nem deixa morrer. -  Zenit Saphyr Não aceito lições de moral de bastardos múltiplos. Vemos o imenso vazio esmagar-nos e não sabemos para onde ir...Estamos destinados a ser sacrificados nos estábulos de Deus. Somos cordeiros para abate. Alvos constantes de traições infindas. Continuamos a sofrer fechados nos nossos corpos-  Nadir Veld" Agora digo só...que se lixe tudo isso... http://distrify.com/films/7875-gravidade?locale=pt-BR

Deus Inútil

Pensei, ouvi e é assim que tudo é No fundo Os psicopatas saíram-se bem nos laboratórios deste mundo Percebeu-se quando as primeiras explosões Destruíram as construções As nossas habitações Deus, uma completa invenção, Tem cem casas de luxo por estação Catedrais erguidas e nenhuma conclusão.

Dicionário com palavras pessoais

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Dicionário para fundar novas palavras (Estas palavras que proponho) A pedido do amável e querido senhor Cavaco Silva, o nobilíssimo presidente da República e expoente máximo da divulgação da lusofonia pelo mundo fora, empreenderei a missão de criar novas palavras para o uso dos portugueses e dos outros povos lusófonos. Todos os dias confrontamo-nos com situações que não podemos descrever, ou por elas serem, julgamos nós, irrepetíveis, ou, por simplesmente serem diferentes de tudo o que conhecemos. As palavras que existem nem cobrir podem tudo o que se passa debaixo do céu, e nós gostamos de pensar no que há a cima dele…O tempo trará sempre novas palavras.  Estas palavras que proponho versará sobretudo sobre sentimentos ou eventos intemporais, comuns a todas as épocas e a todos os homens.  Aqui também apresentarei traduções possíveis para palavras que existem noutros idiomas e que são de uso corrente em português.  Dar nomes às coisas confere-lhes poder. Acções adiadas que

Encalhado

Estava encalhado naquele cais há demasiado tempo. Não era um Cais de Colunas, nem um cais de comboios, nem um cais de onde saíssem ou partissem barcos. Era só um cais em que ele estava atracado à demasiado tempo. Nada o desatracava. Não foi por falta de esforço, no entanto. Veio muita gente tentar demovê-lo da sua deambulação eterna, do seu triste balançar no mar calmo. Vieram médicos, alguns psicólogos, fechados no pequeno mundo das emoções que lhes venderam, vieram empreendedores com ideias enternecedoras de futuros e carros bons com mulheres lá dentro e flores para serem vistas pelos transeuntes antes que secassem e fossem substituídas pelas novas, que também teriam de ser vistas, na melhor das hipóteses por outros transeuntes, para que justificassem a compra, vieram parentes pedir-lhe para que ele regressasse e saboreasse as deliciosas refeições confeccionadas para uma família reunida, iludida pela comunhão da presença de todos os presentes, vieram professores, disciplinadores. E

Eusébio

Pantera Negra, felino de relvado Corria imparável no campo pelado Da sua infância onde se fez O génio que os defesas desfez Dotado dos atributos dos Deuses Mas, humilde como nenhum deles Construiu a sua eterna imagem Com o suor da sua bondade e coragem Cruzou também ele a margem Num barco cheio numa feérica viagem Em que os companheiros o miravam estupefactos Orgulhosos por com ele entrarem No Reino Sombrio da Morte Onde as imagens se separam na margem derradeira E partem a velocidades infinitas para o delírio Eusébio, filho de todos, Caíste também nas minhas mãos firmes, Bico para toda a obra, Às vezes até a mim me custa ser convocado Mas eu sou a hora que chega a toda a hora Em todos os lugares com todas as pessoas Se foi o Eusébio, todas as outras irão atrás dele Para sempre Quem consegue assim ceifar uma alma Tem de nunca pestanejar Morreu um rei Assassinar reis deixa-me a alma pesada Quero ser julgado Sinto que sou o maior p

Os Homens Armados

Colhidos Em Nossas Casas Recrutados para o Inferno Despertos para o Combate, Somos os Homens Armados, Ordenamos a Palavra Que nos ordenam Perturbamos a paz Expomo-nos às balas E já não queremos saber Mostramos as armas ao nosso reflexo no espelho Reconfortamo-nos com o poder Somos os Homens Armados Ninguém nos pode deter

Alvos Millar, ne primeira pessoa

Sou apenas a pessoa que o faz, que ceifa a alma, percebam isso…até já tive a ideia para uma história contando o trabalho que os desígnios do homem me fizeram ter no dia 11 de Setembro de 2001. Raramente tenho de levar tanta gente num espaço tão pequeno. No meio do fumo, arrastei-me, múltiplo, como sempre, ceifando vidas nas chamas. Lembro-me de ter batido com força estrondosa no chão, arrastando o homem que saltou. A minha vida é um flash de mortes, eu não posso ser singular. Não consigo entender a minha multiplicidade…                                                                                                                                         Alvos Millar       

O Legado das Almas Mortas

É muito maior o número e a relação dos que já viveram Com os que ainda não morreram Já partiram tantos corpos, Sempre assustadores depois da luz os abandonar, Para o Reino Desconhecido Que o objectivo único dos escassos que, Agitados Esbracejam à sua maneira seja em que forma for Réptil, ou Paquiderme Vivo e visível No Reino Real da Realidade Tangível, É aumentar o exército daqueles que acenam silenciosamente Cegos No Reino Invisível da Morte Em breve a Terra não vai aguentar o peso bioquímico de tanto morto Corpos abandonados pela alma O abalo apocalíptico será causado pelo grito unido das almas mortas Escondidas Enclausuradas E depois reveladas Do Reino Sorrateiro da Morte Alvos Millar

OS DINOSSÁURIOS DE BIBLIOTECA

Os Dinossáurios de Biblioteca são aqueles que devoram o conhecimento e colocam no caminho para a verdade inoportunos obstáculos. (obstáculos para a verdade podem ser bons, uma vez que eu não tenho bem a certeza que isso exista) Os Dinossáurios de Biblioteca dividiram em dois (Céu/Paraíso e Inferno) o reino único da morte. Os Dinossáurios de Biblioteca instituíram com letras douradas no tempo a grande mentira do casamento. A carne nunca está saciada. Vai sempre procurar mais carne, carne diferente. Carne nova, carne, carne, carne, carne. Os Dinossáurios de Biblioteca são os procuradores principais dos sistemas de controlo. Os Dinossáurios de Biblioteca devoram bibliotecas cavalgados por vultos suspeitos. Os livros sangram e de violentos dentes abocanhadores escorre também o grito perdido dos mártires enclausurados. Os Dinossáurios de Biblioteca destruíram as cidades antigas e queimaram a biblioteca de Alexandria onde os textos Atlantes repousavam as suas mensagens d

ESCREVER

Às vezes é a única Coisa Entre ti e o infinito Nem a bebida Nem o amor de uma mulher Nem a opulência Podem Igualá-lo Do mesmo Carlos

Sozinho com toda a gente

A carne cobre o osso E eles põem uma consciência Lá dentro e, por vezes, uma alma, E as mulheres quebram Vasos contra as paredes E os homens bebem Demasiado E ninguém encontra Aquela pessoa Ainda que continue a procurar Rastejando para dentro e para fora Das camas A carne cobre o osso e a Carne procura Mais do que carne Não temos hipótese nenhuma, De todo Somos todos prisioneiros De um destino Singular Nunca ninguém encontra A tal pessoa As lixeiras da cidade cheias As casas de chuto cheias Os hospícios cheios Os hospitais cheios Os cemitérios cheios Nada mais Enche Charles Bukowski

A Sombra que Caminha

Amanhã e Amanhã e Amanhã Sucedem-se de forma insignificante de dia para dia Até ao último instante de tempo registado E todos os nossos ontens alumiaram aos loucos O Caminho para uma morte inútil. Apaga-te, Apaga-te, fugaz chama A vida não é mais que uma sombra que caminha, um pobre jogador Que se agita e se aflige no palco durante uma hora E depois ninguém mais ouve. É um conto contado por um idiota, cheio de som e fúria E que não significa nada. Shakespeare shakes the world.