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A mostrar mensagens de outubro, 2013

Entrevista a Zenit Saphyr

Vítor Jara - Sente-se um fugitivo da vida? Anda a fugir de alguma coisa? Zenit Saphyr -  Essa é uma pergunta difícil e algo contraditória até, eu diria. Não ando a fugir de nada, certamente. Assumo as responsabilidades por todos os meus actos, não digo que não me arrependa de alguns e aliás isso pouco ou nada tem a ver. Não há nada que eu tenha feito que eu não assuma como acto meu. Quando me pergunta se sou um fugitivo da vida pode referir-se a muitas coisas...É certo que fugi à vida que estava destinado a viver porque sempre me recusei a ficar onde estava. Acho que ficar mais de três meses no mesmo lugar, dia após dia acabando sempre a dormir na mesma cama, no mesmo conforto, é desprezível. Sou incapaz de viver com a rotina e pensar..."Então a vida é isto e vai ser assim para sempre". Isso assusta-me. Quando olho e vejo que isso pode estar a acontecer-me vou-me embora, sem olhar para trás.Às vezes digo, baseando-me em Blake que a estabilidade é uma tia velha e solteirona q

A Indústria do Medo

"Diariamente as pessoas são bombardeadas com notícias de eventos brutais. Acho que os jornalistas negoceiam a divisão do medo com as tempestades. As notícias escolhidas, o horror descrito com detalhe, tudo parece mostrar uma inclinação para o abismo. Um acto de bondade nunca vai abrir um telejornal, contudo a bondade derrota a maldade no Campo de Batalha." John Fleumund Doce prazer que te aproximas. Nada há como abrir uma porta com a devida chave, principalmente quando entramos em nossa casa e sabemos que não está ninguém. Despojamo-nos do que nos atrapalhava e ficamos à vontade, inebriados pela segurança. Este estado de tranquilidade dura pouco se os demónios adormecidos pelas pequenas felicidades decidirem acordar erguendo gigantescas sombras de pedra no sossego, mordendo, abocanhando, tudo o que houver de menos mau. É então que o espírito depressivo não vê nada além de caminhos pantanosos para se aventurar. A dor existe, não dá para ignorar, não dá para esquecer, é fác

O Trono

Aqui sentado Num trono de fumo Domino impérios sem vassalos Onde têm estado esses? Onde têm estado esses? Publicamente distanciados Cansados de tentar Desvanecem em sonhos antigos Vejo-os enquanto se escapam Num trono que não dá nada para governar Um trono nas trevas Trémulo Mas ao qual jurei fidelidade Fiquei ligado a ele pelas leis da Antiguidade Lunático Enquanto o som metálico da batalha se torna cinza E da cinza renasce a ave Mitos de esperança suave Um trono ébrio Fechado em si mesmo e à sua volta No salão a que está determinado Mas ninguém o pode culpar nem acusar Por imperar no vazio Orgulhoso do nada conquistado Um trono para um rei inútil