Existência, para que serves? (P)

Existência, olho-te nos olhos no velho espelho empoeirado,
Para que serves?
Existo de uma forma insuportável
Enclausurado num corpo que não escolhi
Sinto um vazio que arrepia o próprio medo
Os meus olhos mortiços rejeitam a luz
E focam-se no abismo que troça da Criação
À minha descrença alia-se a falta de amor
Como dois soldados prontos a corroer-me por dentro
Duas anti-forças unidas na destruição da vida
Engrandecendo as amarguras acumuladas
E a recordação dos sonhos perdidos
Num desfile sem fim de remorsos e dor
Uma corrente furiosa que tudo arrasta e nunca pára
Mas pode quebrar
Quando vai acabar?
Quando vai acabar?

Nadir Veld

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